Apesar do projeto não sou gay ou ativista da causa, respeito e acho extremamente válida as ações anti-preconceito, mas algumas manifestações exacerbam certos limites, como, por exemplo, a parada gay.
A maior parada do orgulho GLBT do mundo é a de São Paulo, ótimo que tenham orgulho, que lutem por suas convicções, é direito constitucional poder se manifestar, mas não é isso o que, atualmente, acontece no desfile pelas ruas de São Paulo. São poucos os verdadeiros partidários que lutam por mais dignidade, aceitação, respeito, oficialização civil, etc. Talvez estes partidários sejam aqueles setenta e poucos que inauguraram a parada gay anos atrás. De manifestação há muito pouco.
A parada surgiu como um forma de mostrar ao mundo que os homossexuais são seres humanos merecedores de respeito, que se divertem e sentem dor como qualquer outro habitante do planeta, conseguiram. Mas, é isso o que estão mostrando nos últimos anos? Além da grande festa há, também, um grande desrespeito à cidade, aos moradores da região e ao restante da população paulistana, como relata aqui minha amiga e também jornalista Júlia Gouveia: http://pequenabobagem.blogspot.com/2008/05/o-lado-b-da-parada-gay-em-sp.html
Ela reside em um travessa da rua da Consolação e vê todos os anos, como ela mesma relata, sua rua ser "transformada em banheiro, motel, hospital, lanchonete e boate gay. Tudo ao mesmo tempo."(vale a pena conferir o texto na íntegra)
Os direitos GLBTs têm sido debatidos exaustivamente, assim como tudo o que envolve o tema, tudo muito recorrente e batido. Há de se divulgar as verdadeiras batalhas judiciais travadas pela "classe", os crimes e impunidades, além de mostrar quem pensa e age de forma digna e produtiva em favor dos seus valores, o que, infelizmente, pouco acontece.
O "movimento" GLBT queria mostrar-se para o mundo, conseguiu, mas agora deve tomar cuidado com o que mostra, pois a parada gay vem se destacando apenas como uma festa desprovida de pudores. Muito do que foi idealizado está esquecido. Vejo quem realmente pensa em favor da liberdade gay tendo suas vozes abafadas pelos trios elétricos na Paulista.